MEMÓRIAS DE PAULO MENESES À SEU FILHO - PAULINHO

MEMÓRIAS DE PAULO MENESES À SEU FILHO - PAULINHO
"Escrevo essa história, embora tenha sido uma rápida passagem, mas que tem conteúdos para serem relatados.
Pedaços de uma vida curta, que foram bem vividos. E que , pela sua importância em nossas vidas, vale à pena escrever para não esquecê-la".
Nosso casamento: dia 22 de fevereiro de 1974. (6ª feira as 19 horas)
Falecimento do Paulo: dia 01 de setembro de 1974. (Domingo, 00 horas e 45 minutos)
Elcely Soares Dourado. Hoje: Março de 2011

sábado, 26 de março de 2011

Lembro dessa música

"Penso que, onde quer que sua estrada o leve,
Haverá novos deuses esperando por você
Com paciência divina -e com risos."
                            Susan M. Watkins

ANO DE 1971 - A NORMALISTA ELCELY

         Logo que iniciamos nosso namoro, um dia ouvimos essa música, a normalista de Nélson Gonçalves e ele me falou, logo que você se formar vamos casar.
Eu inicialmente não falei nada, nem sim nem não, pois sinceramente nem imaginava me casar um dia, não estavam nos meus planos e sempre falava isso aos meus pais.
Como uma boa leonina com o ascendente em sagitário, eu queria ganhar o mundo primeiramente, sonhava em viajar por vários lugares. Imaginava conhecer lugares distantes e completamente diferentes de minha cultura. Parece coisa do destino. Agora com conhecimentos de Astrologia, sei que meu sol fica na 9ª casa do meu meu mapa natal, no signo de sagitário e em conjunção com mercúrio, que é um planeta de pessoas que pensam como jovem, nunca envelhecem e que gostam realmente de viagens para lugares distantes, inclusive o estrangeiro. Instintivamente tinha pavor de me unir a alguém que me prendesse num lugar somente.
Mas  o tempo foi passando e fui ficando tão unida à ele que já me imaginava casada e com filhos para andarmos pelas praias de Santarém.

quarta-feira, 23 de março de 2011

para meu filho paulinho

O AMOR ENSINA: SOMENTE O TEMPO SABE A RESPOSTA: "E ESSA RESPOSTA ESTA AQUI E AGORA, NO PRESENTE FINAL ANO DE 1973, REVEILLON ANO FELIZ DA MINHA VIDA, 21 ANOS DE IDADE, NOIVA DE PAULO M..."

segunda-feira, 21 de março de 2011

O casamento

"A cada dia, aceite tudo o que lhe acontecer como um presente. À noite, devolva tudo, em pensamentos. Dessa forma, você se libertará.
Ninguém, em nenhum momento, poderá lhe roubar coisa alguma, pois nada pertence a você"
                                                                                                                                          Daniel Levin


Ano de 1973 ______Ano de 1974
Começamos a pensar em casamento.
Marcamos a data de casamento: 22 de fevereiro de 1974.
Paulo, começou a compra de nossa casinha, num conjunto habitacional do governo.

Escolhemos a casa e começamos a mobiliar que  aos poucos  foi se encaixando no seu devido lugar.
O ano de 1973, foi somente preparativos para nosso casamento.
Igreja, padrinhos, convidados,  vestido de noiva, traje do noivo, bufet, e tudo necessário para uma grande festa.
Afinal era a primeira filha de Phebus Dourado, que estava casando e tudo a gosto dos pais.
Terminou o ano de 1973.


Entrou o ano de 1974.
22 de fevereiro de 1974 na capela do Colégio Santa Clara, às 19 horas,  foi a cerimônia do casamento católico e civil.
Mais ou menos uns 150 convidados.
A festa foi na casa de meus pais, nessa época era comum a festa de  casamento ser na casa dos pais.
Foi uma bela festa, com mesas fartas de doces e salgados, (feitos com carinho pelo casal, sr. Machadão e Dona Argentina, pais da Sara minha amiga até os dias de hoje) e um belo jantar oferecido por minha mãe.
Meu Deus, quanta felicidade.
Sentia que era  a noiva mais feliz da terra.
Com um vestido escolhido a meu gosto. Tudo do jeitinho que eu sonhava.
Tiramos fotos e dançamos muito.
Quando somos jovens, sempre é pouco para ficar cansados.
Resolvemos, depois dos festejos irmos a uma boate para terminar a noite de casamento, que era numa 6ª feira.
Ao voltar pra casa, eu falei: Ai, Paulo estou morta de cansada, quero ir para minha casa.
Ele falou, mas sua casa agora é a nossa casa.
Eu falei: eu quero dormir na minha cama.
Ele falou: mas vamos dormir na nossa cama.
Eu comecei a chorar e ele pacientemente entendeu tudo.
Fomos para  a casa de meus pais, minha mãe veio abrir a porta e falou: o que foi?
O Paulo respondeu: vim devolver sua filha !
Meu Deus, o que foi?
Eu entrei chorando, quero dormir na minha cama.
Dai entrei, O Paulo me beijou e foi pra casa dele.
No outro dia, foi uma gozação...
Eu acordei na casa de meus pais e o Paulo na nossa casa sozinho.
Os tios dele tinham vindo de Belem para assistir o casamento e riram muito do ocorrido.
No outro dia, 23 de fevereriro, era um sábado e mamãe preparou um almoço para os familiares do Paulo. No qual o assunto do almoço foi a lua de mel, kkakakakakakk


As 15 horas embarcamos para Belém com os tios do Paulo e de la seguiriamos para Salinópolis.


Foram duas semanas maravilhosas que ate os dias de hoje lembro detalhe por detalhe daqueles momentos  que passamos juntos.


Salinas (Salinópolis-Pá),  ficou na minha memória pra sempre.
Detalhe: Até os dias de hoje, sempre que posso volto lá com minha familia pra curtirmos aquele lugar paradizíaco.
Depois desses quinze dias de lua de mel, ficamos um tempinho em Belem onde conheci alguns parentes do meu esposo, Paulo Meneses, conheci seu pai Sr. Pedro e sua segunda esposa com seus irmãos por parte do pai. E dois irmãos por parte de pai e mãe.
Fiquei e gostei muito das primas dele, Anicinha e  Nagla, mais uns primos Odilardo Filho, e Bernardo, os outros eram menores de idade.


A volta para Santarém, foi normal, somente eu me atrapalhei ao arrumar as malas, tive de pular em cima delas pra ter de fechá-la, pois na ida minha mãe que arrumou com a ajuda de minhas irmãs.
Vida nova para um casal cheios de sonhos para realizar.


Vida Nova, aí sim, fui pra minha casa, e lembro com muita emoção que o Paulo, me carregou nos braços e falou: está é sua casa, é coisa pequena, mas é seu, meu  e de nosso filhos daqui pra frentre. Nunca esqueci esse detalhe. Porque o que passei depois de muitos anos, tive uma vida bem mais confortável e nunca soube o que realmente era a felicidade junto de alguem que amamos. Somente meus filhos receberam e me dão amor pra sempre.
Mas a vida continua e logo contarei como foi minha vida, depois do casamento.
Chegamos  mais ou menos nos primeiros dias do mes de março de 1974.

Ano de vestibular

AFIRMAÇÃO
"Tenho o direito de aproveitar cem por cento de tudo aquilo que faço.
Mereço ter uma vida incrível"




Chegou janeiro de 1972.

Fui pra Belem-Pará fazer a inscrição do curso que pretendia fazer. Educação Física.
Chegou fevereiro de 1972. Fui fazer os exames, e não fui aprovada, pois nunca havia feito nenhum cursinho e totalmente despreparada não consegui a vaga.
Voltei pra Santarem.
Sem vontade de dar aulas, resolvi arrumar emprego.
Consegui como secretaria na Chevrolet.
Fiquei poucos meses, nem pra trabalhar eu gostava.
Dai fui ficando insuportavel, por qualquer coisa brigava com o namorado, fui me sentindo que algo faltava pra mim, ou voltava a estudar, mas em santarem tinham se esgotados os recursos para mim.
Ir embora pra outra cidade, nem pensar, namorado não permitia nem falar disso.
assim passou o ano de 1972.

Vinham as aulas

AFIRMAÇÃO

"Hoje, aceito a enorme abundância que existe em minha vida. Sou uma pessoa próspera e agradeço por toda a beleza que me cerca de todos os lados"


Ainda ano de 1971___ Começo de agosto, era tudo de bom, volta às aulas.
As colegas com novidades.
Cursava o 3º ano do curso pedagógico e me preparava para dar aulas para o curso infantil.
Mas não era essa a minha praia. Não gostava do curso e não estava interessada em dar aula de jeito nenhum.
Quando terminasse o curso, pretendia ir para Belém -Pá, fazer uma faculdade. Ainda não tinha escolhido qual faculdade fazer, mas tinha uma idéia de que a Educação Física me atraía muito.
Durante esse restante de ano, eram somente estudos, namoro e algumas vezes ao cinema com o namorado, sempre acompanhda de algum irmão ou irmã.
Nosso namoro se reduzia, ele ir a porta do colégio para voltarmos para casa e à noite, combinávamos dele ir la em casa pra gente namorar. Mas sempre a conversa ficava entre meus pais e ele.
De vez enquando havia uns aniversários para irmos, festa de casamentos de alguns amigos e assim sucessivamente.
Eu me lembro que era muito brigona, sempre encrencava com alguma coisa e ele pra não ficar por baixo, implicava com o comprimento dos meus vestidos, achava que eram muito curtos e assim discutíamos por bobagens.
Vinham as férias, natal, ano novo, festinhas e as boates começaram a aparecer na cidade.
Tinhamos um casal de vizinhos da idade de meus pais e com filhos  com a mesma idade que meus irmãos e eu.
Tinha um galpão nos fundos da casa deles, e um dia resolvemos fazer uma boate.
O dia que fomos limpar para inauguramos a boate, não encontramos nome para a tal boate, foi quando veio a idéia de colocarmos "BOATE ARANHA", porque somente o que tinha no galpaõ era poeira e aranhas.
E assim  ficou o nome da nossa boate.
Esse foi um ambiente muito divertido, pois os nossso amigos eram avisados dos dias que faziamos nossas festinhas e era uma diversão. Não havia bebida e sim dançavamos muito. Essa era nossa diversão.


Final do ano de 1971, terminei meu curso pedagógico e participei dos festejos de minha formatura, com honras e pompas.
Meu pai me levou pra receber o diploma, e dancei no baile das formandas com meu namorado e com meu irmão, mas antes dancei com meu pai.
Foi uma festa linda.

Depois do primeiro encontro

AFIRMAÇÃO
"Hoje, estou livre de todos os problemas, de todo o medo e de todas as possibilidades de fracasso. Estou refleto de amor e abundãncia"



Ano de 1971__Meus 19 anos de idade


Depois dessa primeira festinha. Nossos encontros, foram por toda parte que a gente combinava.
Cinema, pracinha da cidade, sorveteria da Lucy (unica da cidade), Bar Mascote, e fomos aos poucos nos juntando a outros amigos de nossa idade e sempre que podiamos nos reuniamos em algum lugar da cidade.


Nos  meses de julho, ele desaparecia, não me dava satisfação de nada e nem pra onde ia. Depois de muito tempo fiquei sabendo que ele ia pra Salinópolis, perto de Belem, onde seus tios Odilardo e dona Elza,  sempre passavam as ferias de temporada por lá.
Fiquei sabendo pela primeira vez, quando uma amiga de escola, me falou que encontrou o Paulo la em Salinas. Fiquei pasma, não sabia que ele ia todas as ferias pra la.
E olha que eu não era flor que se cheirasse, aproveitava as ferias da melhor maneira e do meu estilo. Logo arrumava outro namorado de férias. Paquerinhas simplesmente e terminava logo que as ferias chegavam ao fim, pois o Paulo estava voltando pra Santarem.
Chegou o mes de agosto de 1970, completei meus 18 anos. Minha mãe nunca deixava de fazer uma festinha para meus amigos e o Paulo estava sempre presente, desde que começamos a namorar.


O Paulo tinha uma coisa bem diferente dos outros jovens, tinha uma atenção especial, pelas pessoas mais velhas.  Hoje sei que era a ausencia paterna na vida dele.
Pois fiquei sabendo que era neto do Pastor Meneses e não filho como sempre pensei.
Seus pais, eram Sr. Pedro Silva e Hagar Silva, que eram separados desde os 8 meses de idade e que sua mãe morava no Rio de Janeiro e seu Pai Pedro, morava em Belém, com sua segunda família. Motivo este que o fazia ir sempre a Belem, ver o pai e irmãos.
Os amigos que mais lembro do Paulo, eram: José Francisco, João Paulo, Ines, Betania Duarte, Verinha e Luizinho, e outros que aos poucos vou lembrando.
Detalhe: o Paulo tinha uns amigos bem mais velhos que ele, não sei dizer porque as pessoas mais velhas tinham um carisma por ele. Lembro do papai que logo ficou louco por ele e o considerava como um filho, Seu Antõnio Aguiar, Tio Joaquim Pereira.

Primeiro encontro - London London - Caetano Veloso



FESTINHA EM CASA DE AMIGOS...


Entrou o ano de 1970


Meus 18 anos de idade

Passaram-se vários meses, depois que o vi passando na rua de casa com sua namorada Ruth.
Chegou dezembro, férias, natal, ano novo e muitas festinhas em casa de amigos.



Eu havia comentado com minha amiga de colégio, Angela Sabat, sobre esse rapaz que tinha chamado minha atenção. Ela com aquele sorriso maroto me falou: É o Paulo Meneses, filho do Pastor Meneses, da Igreja Assembléia de Deus, muito conhecido pelos fiéis e não fiéis, dessa Congregação Evangélica.
Para mim, naquele momento ser filho de Pastor Evangélico, não tinha a menor importância, devido ser filha de católicos e estudar em colégio regido por freiras católicas.
Por aquelas coisas que não sabemos explicar, mas só o destino nos reserva, ele tambem começou a me investigar para saber se eu tinha namorado, através de amigas minhas. Algo fez com que despertasse interesse por mim tambem. E dai em diante, eram recadinhos, bilhetes, telefonemas mudos, e eu claro, sabia que eram dele todos esses recursos pra chegar a mim.
Por ser férias, eu era convidada para festinhas em casa de amigos e sòmente onde meus pais conheciam eu poderia frequentar. E foi numa dessas festinhas, tivemos nosso primeiro cara a cara, hahaahah, muito engraçado. Fiquei toda atrapalhada e ele também. Veio conversar comigo, bobagens é claro, mas logo me convidou pra dançar quando começou a música London London, com Caetano Veloso. E lhe digo, jamais esquecerei essa música, na minha vida. Hoje escuto sem sofrer, mas antes era uma tristeza ouví-la.
E nesse embalo musical, ele perguntou se eu aceitava namorá-lo o qual imediatamente sem pestanejar, respondi, vamos sim, sem cerimônia nenhuma e para quê? se eu ja estava esperando por isso a meses.
Quando fomos pra casa, cada um para sua casa, eu estava acompanhada de dois irmãos, que na época eram meus seguranças, jamais saia sem eles, Eduardo e Phebinho, bem mais novos que eu. Dois seguranças que o Paulo logo tratou de conquistá-los e com todo seu carisma, meus irmãos logo cairam de encantos por ele.
Porque na verdade, o carisma do Paulo era sua marca registrada por todos os amigos que o conheciam na cidade.
E assim começou um namoro de 3 anos e 1 ano de noivado, entre brigas por ciumes, coisas normais entre namorados.
1970 ____________1974
Olha meu filho, foram anos de vida mais feliz da minha vida.
Èramos parceiros em tudo que, pois adorávamos festinhas, praias, Cinema Olimpia, único da cidade, que na época era o que tinha para nos divertirmos.


"Quando há amor em abundância,
Os anjos pairam sobre nossa cabeça"
                                                          Anon

sábado, 19 de março de 2011

Escrevo para não esquecer



Mais ou menos junho de 1969.
Já com 17 anos de idade, e com a experiência de uns três namorados.
Minha amiga Ana Tereza, falava: quem passar de 7 namorados é galinha e eu não querendo ser taxada de galinha, resolvi, ficar uns tempos sem ninguém.
Cursava o 1º ano colegial, o curso pedagógico, no tradicional, Colégio Santa Clara.
Na casa de meus pais, o incentivo para estudos era muito grande. Inclusive tinhamos uma sala especial que a denominava-mos de sala de estudos (Biblioteca).
Eu estava estudando nesta sala, fazendo minhas tarefas escolares, lá pelas onze horas da manhã. Quando olhei pela janela da sala de estudos e vi um casal, passando do outro lado da rua.
Aquele casal chamou minha atenção. Primeiro eu conhecia a moça, mas o rapaz nunca o tinha visto.
Interrompi os estudos e chamei minha irmã Eliana, que chamava-mos de nega.
E gritei, NEGA, VEM CÁ!
Ela veio imediatamente a tempo de ver o casal passando de mãos dadas na rua.
Eu perguntei, nega, quem é aquele rapaz.
Ela sorriu e falou, Hummmmmm esse é o Paulo Meneses !
Eu falei, mas quem é esse Paulo Meneses ?
Ela respondeu: é o namorado da Ruth.
Eu falei na hora: ERA, NAMORADO DA RUTH, AGORA ELE VAI SER MEU, kakakaakak.
Nota: esse texto é só o primeiro de muitos que ainda virão. Escrito por Elcely Dourado.


Lembrando quê:
Se meu mundo era encantado, onde tudo era belo.
Até que a própria vida se encarregou de por tudo à perder.
E assim, tudo vai ficar por conta de EMOÇÃO...


MENSAGEM DE UM ANJO
"Você não morrerá quando seu corpo morrer, uma parte de você continuará.
Você se reunirá novamente a seus entes queridos, pois eles também são imortais"
                                             Brian L. Weiss
                                                    Pscopterapeuta e Pesquisador